quarta-feira, abril 07, 2010

 Hoje ela estava sozinha, sem amigos, sem namorados, sem ao menos uma taça de vinho que vinha acompanhando-a já alguns dias. Ela se sentia tão sozinha, ela queria saber o motivo disso tudo.
Sentou-se e prendeu o seu olhar no painel de fotos que havia acima da cama, haviam tantas fotos de quando ela era realmente feliz. Algumas eram antigas, outras nem tanto, também haviam anotações e papéis amorosos de todos que diziam amá-la. Uma, em particular chamou a atenção dela, não era tão velha quanto algumas que haviam ali, mas também não era recente.
Ela se encontrava sentada em um banco em Paris, sorrindo junto ao seu antigo melhor amigo. Lembrava-se dos dias em que eles se satisfaziam somente com a companhia do outro. Por muitos anos ele fora o que a fazia se sentir bem, o que a lembrava que as pessoas eram importantes, mesmo que não seja para ela, para alguém era. Ele tentou fazer com que ela se lembrasse como era ser do bem de novo, de como era bom apenas ouvir o som do mar ou o cheiro de pipoca que ficava na praçinha ao lado em algumas noites. Mas ele não conseguiu, ela caiu em um poço escuro sem volta, a escuridão agarrou a sua alma de um jeito tão profundo que chegava a quase sufocá-la. Havia saudades nos olhos dela. Ela deixou uma lágrima escorregar no seu rosto, somente uma, tinha medo de que se começasse a chorar, não pararia por um bom tempo.
Decidiu-se que precisava fazer algo, as coisas não iriam se resolver sozinha e chorar não adiantaria muito. Pegou o moletom dele, um já desgasto, que guardava no seu armário para lembra-se sempre dele. No casaco, o cheiro ainda estava impregnado, o cheiro dele era reconfortante por alguns minutos. Saiu de casa as pressas. Ela era absolutamente louca, louca por gostar de como o cabelo dele ficava levemente bagunçado na parte da manhã, de como sorria amorosamente para ela, de como o beijo dele no rosto dela fazia as borboletas no seu estomago ficarem voando desesperadamente, ela era louca por ele. Disso, ela tinha certeza. Ela entrou o edifício onde ele morava e bateu desesperadamente na porta.
Ele abriu espantado com o via a sua frente, era ela, que por meses desapareceu, que por meses deixou de ligar para ele. Ele a abraçou fortemente, tentando prolongar o abraço por mais tempo possível, ele não queria deixá-la ir mais uma vez. Ela por sua vez, se soltou do abraço, olhou no profundo preto dos olhos dele e sorriu, ela sabia que ele sentia o mesmo que ela. Deus, como ele sentia saudades daquele sorriso dela. Sentia saudades da forma como ela falava, de como ela dançava, de como ela fazia as coisas parecem mais fáceis.

Ela o beijou docemente, ela queria aquilo mais que tudo, queria sentir os lábis dele na boca dela, queria sentir o toque dele, queria sentir a pele dele contra a dela, sentir que ele sempre estaria com ela, assim como ela estaria sempre com ele.

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